O artigo analisa comparativamente os mecanismos do pensamento colonial e as suas resistências nas políticas públicas contemporâneas através das fragmentarias ideologias e práticas multiculturalistas. Mostra como agindo seletivamente sobre os mecanismos indenitários, promovem ações especiais e emergenciais que superam o Direito e fagocitam as contradições políticas e econômicas estruturais. Discute a centralidade dos grupos marginais para ultrapassar as epistemes dicotômicas de matriz colonial (identidade/alteridade, homogeneidade/diferença, hegemonia/subalternidade, centro/periferia, desenvolvimento/subdesenvolvimento). Convida a individuar como os povos colonizados e escravizados, migrantes e refugiados, prófugos e clandestinos, indígenas e indigentes possam articular a superação das dramáticas desigualdades socioeconômicas e da aquisição formal de direitos já definidos com a redefinição e o reconhecimento de novos direitos.
The article makes a comparative analysis of the colonial thought mechanisms and their resistance in the contemporary public policies through the fragmentary ideologies and multicultural practices. It shows how, by acting selectively over identitary mechanisms, they promote special and emergency actions which disregard the Law and feed upon the political and economical structural contradictions. It discusses the centrality of marginal groups in overcoming the dichotomic episteme of a colonial nature (identity/alterity, homogeneity/difference, hegemony/subalterneity, centre/periphery, development/ underdevelopment). It invites us to describe how the colonized and enslaved, migrants and refugees, fugitives and clandestines, indigenous people and indigents can articulate the act of overcoming the dramatic socioeconomical inequalities and the formal acquisition of rights already defined, with the redefinition and acknowledgement of new rights.
Cet article analyse de forme comparative les mécanismes de la pensée coloniale et ses résistances dans les politiques publiques contemporaines par les idéologies et les pratiques fragmentaires multiculturalistes. On démontre comment en agissant sélectivement sur les mécanismes d'identité, on promeut les actions spéciales et les mesures d'urgence qui vont au-delà du Droit et phagocytent les contradictions politiques et économiques structurelles. On discute la centralité des groupes marginaux de dépasser la dichotomie d'épistémès de matrice colonial (identité / altérité, l'homogénéité / différence, domination / subordination, centre / périphérie, développement / sous-développement). Un appel à individualiser les peuples colonisés et asservis, les migrants et les réfugiés, les nomades et les clandestins illégaux, indigè...